Saber qual é o extintor correto para cada situação não é uma responsabilidade exclusiva de profissionais da segurança ou brigadistas. É uma questão de prevenção que diz respeito a todos. Afinal, os extintores estão presentes em locais que frequentamos diariamente — como condomínios, empresas, escolas, comércios e hospitais — e podem ser determinantes para proteger vidas e evitar a perda de patrimônios.
Uma das primeiras informações que devemos entender é que cada extintor tem uma função específica, indicada pela classe de incêndio. Essas classes representam os diferentes tipos de materiais combustíveis e as formas como o fogo se comporta em cada caso.
Por que existem diferentes tipos de extintores?
Cada incêndio se comporta de maneira distinta, dependendo do material que está em chamas. Apagar um fogo em papel não é o mesmo que apagar um fogo em óleo de cozinha, nem em um painel elétrico energizado. Além disso, o uso inadequado do extintor pode agravar a situação, espalhar o fogo ou até causar explosões.
Por isso, os extintores são desenvolvidos com agentes específicos, pensados para atuar de forma eficiente e segura em cada tipo de incêndio. A seguir, entenda quais são essas classes e qual extintor utilizar em cada uma.
Extintor Classe A: para materiais sólidos
A classe A se refere a incêndios que envolvem materiais sólidos combustíveis, como madeira, papel, tecidos e borracha. Esses materiais queimam deixando resíduos, como brasas e cinzas.
O extintor indicado para a classe A é o de água pressurizada, que atua por resfriamento. O pó químico ABC também é eficaz, pois consegue interromper o processo de combustão de forma mais ampla.
Extintor Classe B: para líquidos inflamáveis
A classe B inclui líquidos e gases inflamáveis, como gasolina, álcool, solventes e óleos combustíveis. Esses materiais queimam com chamas intensas e rápidas, geralmente sem deixar resíduos.
O extintor classe B deve conter pó químico BC ou ABC, que atua por abafamento. O extintor de espuma mecânica também é indicado, pois cria uma camada sobre o líquido que impede a liberação de vapores inflamáveis.
Nunca se deve usar extintor de água nesse tipo de incêndio, pois pode espalhar o combustível e aumentar o fogo.
Extintor Classe C: para equipamentos elétricos
A classe C envolve equipamentos ou instalações elétricas energizadas, como computadores, quadros de força, motores e transformadores.
O extintor ideal para a classe C é o de dióxido de carbono (CO₂), que não conduz eletricidade e não deixa resíduos. O pó químico BC ou ABC também é utilizado, desde que o equipamento esteja ligado. Caso a energia seja desligada, a classe muda e a escolha do extintor deve ser reavaliada.
Extintor Classe D: para metais combustíveis
A classe D é específica para incêndios com metais inflamáveis, como magnésio, titânio, lítio, sódio e potássio. Esse tipo de fogo é comum em indústrias químicas, metalúrgicas e laboratórios.
O extintor classe D utiliza um pó químico especial que não reage violentamente com o metal em combustão. Outros extintores, como os de água ou CO₂, são contraindicados, pois podem provocar explosões ou reações perigosas.
Extintor Classe K: para cozinhas e óleos
Muito comuns em cozinhas industriais e restaurantes, os incêndios de classe K são causados por óleos e gorduras quentes.
O extintor classe K é composto por acetato de potássio, um agente que forma uma espuma sobre o óleo em chamas, promovendo o resfriamento e a supressão de vapores inflamáveis. É o único tipo recomendado para esse cenário, sendo altamente eficiente e seguro.
Conhecer as classes de incêndio e os extintores corretos para cada uma delas é uma atitude de responsabilidade e prevenção. Em situações de emergência, essa informação pode fazer toda a diferença entre controlar um foco de incêndio ou permitir que ele se transforme em um grande prejuízo. Mas tão importante quanto saber o que fazer, é contar com os equipamentos certos e com quem entende do assunto.
